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Istambul – o início do fim

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Istambul – o início do fim

Istambul - o início do fim / @gracianomatheus

No dia das bruxas, cheguei à Istambul. Era o ponto mais longe de casa até aquele momento. Coincidentemente, o mais feliz. O último mais feliz ao final daqueles 27 anos. Não tinha ideia do que aquele novembro iria impactar na minha vida. Nem do que estava por vir, tanto na Índia, quanto no Brasil.

A ideia de ir para lá foi fruto de uma “luz romana”. Depois de passar em Roma, começou a fazer completo sentido passar pela antiga capital do Império Romano no Oriente. Mesmo com aquela pseudo-tensão de pousar naquele lugar dominado pelo Islã, com uma língua bem diferente.

De início, o contraste turco se deu pelo trato do povo. Depois de Budapeste, Praga e Berlim, chegava num ambiente que parecia mais com aquilo que vemos no Brasil. Do aeroporto à Sultanahmet, foram 60 minutos. Aquele sentimento de integração batia forte, como se estivesse voltando para casa. O que, talvez, estivesse mesmo acontecendo.

O dia 1º de novembro começou solar. Decidi andar indefinidamente, pra variar. Descobria uma cidade que nunca esteve no meu imaginário, mas que a cada esquina parecia mais próxima de mim. A sensação era de reencontro com velhos amigos. Sabe aqueles que ainda moram na rua ou prédio que um dia você morou? Então, foi como se eu estivesse voltando para aquele lugar. A vizinhança era toda nova, não tinha nada a ver comigo. E os cantos da cidade eram esses velhos amigos, para os quais você sorri a cada um que encontra.

O ápice foi a Ponte Gálata, o elo de integração entre as duas partes européias. Só aquilo foi capaz de mexer com aquele sentimento de “já estive aqui”, depois de tantos dias europeus. Em alguns minutos, olhei o mapa novamente e entendi a dinâmica da cidade, a ponto de andar sem nem olhar para o mapa em vários momentos. Entrava e saia das mesquitas, respeitava cada vez mais aqueles frequentes chamados para oração, tentando respirar um pouco mais daquele ar que há muito tempo eu não experimentava.

Istambul - o início do fim / @gracianomatheus

Aquele momento foi o início do fim.

O reencontro com Istambul foi o momento de entender o diferente, que pra mim, naquele momento, sempre esteve igual. Sem saber, o que era igual no Brasil, ficava diferente. E a Índia, ainda não explorada, ganhou novos contornos pela expectativa que me batia.

Os dias posteriores ao primeiro de novembro foram salvos pelos brasileiros que encontrei em Istambul. Eles ajudaram a aliviar aquela minha angústia de ter de partir da cidade, somada à vontade da volta ao Rio e o receio da ida à Índia.

Ali compreendi que muita das vezes, a vida se comporta como um gráfico da natureza, desses que descrevem as estações do ano, o crescimento das plantas, enfim, que apresentam uma ordem formulada para que as coisas aconteçam. Na verdade, nós é que definimos as ordens. Mas como partes da natureza, somos guiados por esses sentimentos regidos pelo meio ambiente. E claro, a gente só percebe onde estão os pontos do gráfico depois que tudo passa.

A linha decrescente passou pelo dia que completei 28 anos. Ganhei alguns presentes que foram, e ainda estão sendo, abertos ao longo do tempo. Várias lições de confiança, amor, tolerância, reação e todos os seus antônimos seriam dados até e após o retorno ao Brasil. Mas o ambiente já estava definido. O que foi feito, está feito. E eu só veria isso ao abrir o primeiro pacote na semana seguinte.

Infelizmente, não havia como prever. Como o que aconteceria em Delhi na semana seguinte.

Semana que vem eu escrevo mais.

Aproveite para ver os vídeos também.

Istambul - o início do fim / @gracianomatheus

No dia das bruxas, cheguei à Istambul. Era o ponto mais longe de casa até aquele momento. Coincidentemente, o mais feliz. O último mais feliz ao final daqueles 27 anos. Não tinha ideia do que aquele novembro iria impactar na minha vida. Nem do que estava por vir, tanto na Índia, quanto no Brasil.

A ideia de ir para lá foi fruto de uma “luz romana”. Depois de passar em Roma, começou a fazer completo sentido passar pela antiga capital do Império Romano no Oriente. Mesmo com aquela pseudo-tensão de pousar naquele lugar dominado pelo Islã, com uma língua bem diferente.

De início, o contraste turco se deu pelo trato do povo. Depois de Budapeste, Praga e Berlim, chegava num ambiente que parecia mais com aquilo que vemos no Brasil. Do aeroporto à Sultanahmet, foram 60 minutos. Aquele sentimento de integração batia forte, como se estivesse voltando para casa. O que, talvez, estivesse mesmo acontecendo.

O dia 1º de novembro começou solar. Decidi andar indefinidamente, pra variar. Descobria uma cidade que nunca esteve no meu imaginário, mas que a cada esquina parecia mais próxima de mim. A sensação era de reencontro com velhos amigos. Sabe aqueles que ainda moram na rua ou prédio que um dia você morou? Então, foi como se eu estivesse voltando para aquele lugar. A vizinhança era toda nova, não tinha nada a ver comigo. E os cantos da cidade eram esses velhos amigos, para os quais você sorri a cada um que encontra.

O ápice foi a Ponte Gálata, o elo de integração entre as duas partes européias. Só aquilo foi capaz de mexer com aquele sentimento de “já estive aqui”, depois de tantos dias europeus. Em alguns minutos, olhei o mapa novamente e entendi a dinâmica da cidade, a ponto de andar sem nem olhar para o mapa em vários momentos. Entrava e saia das mesquitas, respeitava cada vez mais aqueles frequentes chamados para oração, tentando respirar um pouco mais daquele ar que há muito tempo eu não experimentava.

Istambul - o início do fim / @gracianomatheus

Aquele momento foi o início do fim.

O reencontro com Istambul foi o momento de entender o diferente, que pra mim, naquele momento, sempre esteve igual. Sem saber, o que era igual no Brasil, ficava diferente. E a Índia, ainda não explorada, ganhou novos contornos pela expectativa que me batia.

Os dias posteriores ao primeiro de novembro foram salvos pelos brasileiros que encontrei em Istambul. Eles ajudaram a aliviar aquela minha angústia de ter de partir da cidade, somada à vontade da volta ao Rio e o receio da ida à Índia.

Ali compreendi que muita das vezes, a vida se comporta como um gráfico da natureza, desses que descrevem as estações do ano, o crescimento das plantas, enfim, que apresentam uma ordem formulada para que as coisas aconteçam. Na verdade, nós é que definimos as ordens. Mas como partes da natureza, somos guiados por esses sentimentos regidos pelo meio ambiente. E claro, a gente só percebe onde estão os pontos do gráfico depois que tudo passa.

A linha decrescente passou pelo dia que completei 28 anos. Ganhei alguns presentes que foram, e ainda estão sendo, abertos ao longo do tempo. Várias lições de confiança, amor, tolerância, reação e todos os seus antônimos seriam dados até e após o retorno ao Brasil. Mas o ambiente já estava definido. O que foi feito, está feito. E eu só veria isso ao abrir o primeiro pacote na semana seguinte.

Infelizmente, não havia como prever. Como o que aconteceria em Delhi na semana seguinte.

Semana que vem eu escrevo mais.