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Zé, Bené, Mané suas lideranças em Cidade de Deus

Soluções digitais para instituições e marketing político.

Zé, Bené, Mané suas lideranças em Cidade de Deus

As lideranças de Zé, Bené e Mané no filme Cidade de Deus andam atraindo bastante o interesse público. Uma história dos anos 70 que segue viva em nosso imaginário popular. A seguir, confira vídeos interessantes, feitos por quem também curte a história real de Zé Pequeno e Mané Galinha.

Clique e veja também:

Lideranças de Mané Galinha em ação no filme Cidade de Deus de Fernando Meirelles
Mané Galinha em ação no filme Cidade de Deus de Fernando Meirelles.

Zé, Bené e Mané Galinha: que tipo de lideranças eles são?

Se há um filme que nunca irá sair da minha lista pessoal, esse é Cidade de Deus. Os motivos? Roteiro, trilha sonora, fotografia… enfim, eu não preciso ficar enumerando aqui. Até hoje, pelo menos no Rio, os bordões que tem origem na cultura local, se fazem presentes nas bocas, camisas, festas e vidas de muita gente até hoje.

Clique e veja também:

“Quem falou que a boca é tua?”

Dadinho tentou entrar no mercado. Foi difícil no início. Os colegas mais experientes não permitiram que ele participasse do assalto ao motel. Deram para ele uma função menor, natural para os menos experientes. Ficou bem chateado. No fundo, ele sabia do seu potencial, mas nem desconfiava que havia algo que ele sentia mais prazer do que fazer (no caso roubar) dinheiro: ele era um predador. Entrou no motel e configurou latrocínio por puro prazer.

Aquele foi o início da carreira de Dadinho. Fez um estágio nas ruas, onde liderou alguns pivetes para fazer pequenos furtos. Voltou à favela. Na primeira oportunidade, abateu o Marreco, bandido da área que o esculachava quando novo. Já tinha um ofício e alguma experiência. Teve um relevante sucesso. Mas depois de algum tempo, viu que seu negócio não passava de uma microempresa. Olhou ao redor e percebeu que havia um mercado imenso, muito mais próspero que o dele. O que fazer? Comprar todas as empresas!

Mas, calma! Dadinho não fez tudo às pressas. Planejou e procurou um mentor: o Exu Sete Caldeiras. Esse sabia que seu pupilo queria poder. Orientou a carreira, deu dicas importantes sobre o que não fazer e deu a ele uma nova identidade: Zé Pequeno. A mentoria funcionou e o Pequeno saiu dali renovado. A propaganda tinha um belo slogan: “Meu nome é Zé Pequeno, porra!”

O resultado? Sucesso. Zé Pequeno comprou todas as empresas. Ou melhor, tomou todas as bocas de fumo que funcionavam na Cidade de Deus. Mas não foi só o poder do dinheiro. Foi físico. Que como sabemos, às vezes podem ser a mesma coisa.

A liderança do Zé Pequeno é a da sagacidade. Essa é perfeita para os negócios. Ele quer, busca, conquista e faz. Mas Zé tinha um problema: não conseguia mulheres e nem tinha amigos. Só um: o Bené.

Bené da Cidade de Deus
Bené e o último baile na Cidade de Deus. Após isso, pelo menos no filme, a guerra se inicia.

A clássica de Bené: “Virei Playboy!”

Bené era o mais amado. Segundo o Buscapé, “Bené era tão gente fina que conseguiu reunir os bandidos, a rapaziada black, a comunidade crente, a galera do samba, os cocotas e o Zé Pequeno.”

Não deixe de ver:

Sua liderança, sem dúvidas, é a mais admirada no senso comum: a da simpatia. Bené e Dadinho, desde moleques, faziam a parceria perfeita. Sagacidade e simpatia unidas promoveram as mudanças necessárias na carreira dos dois. Mas Bené não tinha a sede de crescer sua empresa como Zé. Ele queria, literalmente, uma casa no campo.

Com exceção da “boca do Cenoura”, um funcionário de carreira do tráfico da CDD cujo território não foi invadido, a Zé Pequeno Company dominou tudo. Cenoura era parceiro de Bené, que não via motivos em tomar a empresa do amigo. Mas Zé insistia, pois não queria concorrentes. Aliás, esse detalhe nos negócios tornou-se um ponto de desgaste entre ambos.

Bené descobriu os pequenos prazeres da vida. Por conta de sua simpatia, andava e se adaptava a outros meios sociais com desenvoltura. Há rumores que, no fundo, Zé queria ser como Bené. Tarefa impossível até então.

Por conta de um amor, que Zé também não entendia o que era, Bené largou tudo. Para comemorar, fez uma festa de despedida. Ele iria morar com seu amor fora daquele perigoso ambiente dos negócios. Mas, como sabemos, a liderança pela simpatia sempre sofre com uma inimiga mortal: a INVEJA. Bené morreu com uma bala que era para Zé. Amigo até no último minuto.

As lideranças simpáticas são próprias de quem detém carisma. Mas a amplificação dessa liderança, em geral, vem de uma boa parceria com líderes sagazes. Depois da morte ou de algum acontecimento forte, estes líderes simpáticos tendem a se tornar inspirações.

Bené da Cidade de Deus na primeira parte do filme "Cidade de Deus" de 2002.
Os personagens de Zé Pequeno e Bené retratados no filme Cidade de Deus de 2002.

Mané Galinha: “Agora sim, nós tamo começando a brincar!”

O que você faria se fosse humilhado em uma festa, sua mulher violentada e sua família assassinada? Tudo bem, é muita desgraça ao mesmo tempo. Mas tudo isso feito pelo mesmo vilão, é ainda pior de aceitar.

Mané Galinha cresceu tranquilo na Cidade de Deus. Foi do exército e tornou-se um exímio atirador. Saiu da corporação e trabalhava como cobrador de ônibus. Até que, por força do destino, começou a ser importunado pelo maior empresário da região. O motivo: mulher.

Sexo e amor, juntos ou separados, são grandes motivadores ou destruidores de empreendimentos, independente de quais eles sejam. O mentor “Exú Sete Caldeiras” sabia disso. Avisou ao Zé Pequeno, que ignorou, “furunfando” com a noiva do Mané junto à guia no pescoço. Zé não seguiu o conselho dado na mentoria. O resultado foi o despertar de um líder poderoso, que em pouco tempo se tornou rival, motivado pelo ódio, fruto da destruição de seus amores.

A ascensão de Mané não foi sorte. Pelo contrário. Lembra do Cenoura, aquele funcionário de carreira do tráfico? Sua intuição de “caça-talentos”, famoso “headhunter“, fez a diferença, cooptando esse especialista que já havia trabalhado na máquina de defesa estatal, o chamado “exército”. Galinha entendeu rapidamente o modus operandi das coisas. Aos poucos, toda a sua motivação amorosa foi transformada numa guerra orientada aos negócios.

Veja que Mané Galinha tem uma liderança altiva, que pra mim, é uma das mais interessantes. É uma mistura de técnica, simpatia e senso de justiça. Dificilmente, Mané seria tão simpático quanto Bené. Mas o equilíbrio entre astúcia e carisma desse tipo de liderança talvez seja uma das mais buscadas hoje em dia. Nas primeiras cenas com uma arma em punho, Mané mostra sua competência, despertando admiração dos moradores, que viam nele um messias que lutaria contra as atividades predadoras de Zé Pequeno.

Um líder altivo tende a cair pelo desequilíbio. Manter-se numa condição simpática ou agressiva, é muito mais fácil do que distribuir benesses e castigos para quem os merece. Ser justo não é fácil. Mané Galinha, aos poucos, se perdeu nas suas próprias ações. Morreu nas mãos de um filho cujo pai foi morto por ele.

Zé, Bené e Mané: personagens e personalidades

Apesar de ficcionais, os três são exemplos de como as lideranças se movimentam para conseguir o que precisam para manter seus negócios: seguidores. O que se faz para consegui-los, cada um escolhe seus métodos de acordo com a sua personalidade. É claro que esses três tipos de lideranças citadas, de longe são alguma regra a ser seguida. Mas, e você? Já pensou onde se encaixa na vida? É líder? O que segue? Mais importante que saber como ser um líder é ter a noção de por quem se é liderado.

Aproveite para ver os vídeos também.

As lideranças de Zé, Bené e Mané no filme Cidade de Deus andam atraindo bastante o interesse público. Uma história dos anos 70 que segue viva em nosso imaginário popular. A seguir, confira vídeos interessantes, feitos por quem também curte a história real de Zé Pequeno e Mané Galinha.

Clique e veja também:

Lideranças de Mané Galinha em ação no filme Cidade de Deus de Fernando Meirelles
Mané Galinha em ação no filme Cidade de Deus de Fernando Meirelles.

Zé, Bené e Mané Galinha: que tipo de lideranças eles são?

Se há um filme que nunca irá sair da minha lista pessoal, esse é Cidade de Deus. Os motivos? Roteiro, trilha sonora, fotografia… enfim, eu não preciso ficar enumerando aqui. Até hoje, pelo menos no Rio, os bordões que tem origem na cultura local, se fazem presentes nas bocas, camisas, festas e vidas de muita gente até hoje.

Clique e veja também:

“Quem falou que a boca é tua?”

Dadinho tentou entrar no mercado. Foi difícil no início. Os colegas mais experientes não permitiram que ele participasse do assalto ao motel. Deram para ele uma função menor, natural para os menos experientes. Ficou bem chateado. No fundo, ele sabia do seu potencial, mas nem desconfiava que havia algo que ele sentia mais prazer do que fazer (no caso roubar) dinheiro: ele era um predador. Entrou no motel e configurou latrocínio por puro prazer.

Aquele foi o início da carreira de Dadinho. Fez um estágio nas ruas, onde liderou alguns pivetes para fazer pequenos furtos. Voltou à favela. Na primeira oportunidade, abateu o Marreco, bandido da área que o esculachava quando novo. Já tinha um ofício e alguma experiência. Teve um relevante sucesso. Mas depois de algum tempo, viu que seu negócio não passava de uma microempresa. Olhou ao redor e percebeu que havia um mercado imenso, muito mais próspero que o dele. O que fazer? Comprar todas as empresas!

Mas, calma! Dadinho não fez tudo às pressas. Planejou e procurou um mentor: o Exu Sete Caldeiras. Esse sabia que seu pupilo queria poder. Orientou a carreira, deu dicas importantes sobre o que não fazer e deu a ele uma nova identidade: Zé Pequeno. A mentoria funcionou e o Pequeno saiu dali renovado. A propaganda tinha um belo slogan: “Meu nome é Zé Pequeno, porra!”

O resultado? Sucesso. Zé Pequeno comprou todas as empresas. Ou melhor, tomou todas as bocas de fumo que funcionavam na Cidade de Deus. Mas não foi só o poder do dinheiro. Foi físico. Que como sabemos, às vezes podem ser a mesma coisa.

A liderança do Zé Pequeno é a da sagacidade. Essa é perfeita para os negócios. Ele quer, busca, conquista e faz. Mas Zé tinha um problema: não conseguia mulheres e nem tinha amigos. Só um: o Bené.

Bené da Cidade de Deus
Bené e o último baile na Cidade de Deus. Após isso, pelo menos no filme, a guerra se inicia.

A clássica de Bené: “Virei Playboy!”

Bené era o mais amado. Segundo o Buscapé, “Bené era tão gente fina que conseguiu reunir os bandidos, a rapaziada black, a comunidade crente, a galera do samba, os cocotas e o Zé Pequeno.”

Não deixe de ver:

Sua liderança, sem dúvidas, é a mais admirada no senso comum: a da simpatia. Bené e Dadinho, desde moleques, faziam a parceria perfeita. Sagacidade e simpatia unidas promoveram as mudanças necessárias na carreira dos dois. Mas Bené não tinha a sede de crescer sua empresa como Zé. Ele queria, literalmente, uma casa no campo.

Com exceção da “boca do Cenoura”, um funcionário de carreira do tráfico da CDD cujo território não foi invadido, a Zé Pequeno Company dominou tudo. Cenoura era parceiro de Bené, que não via motivos em tomar a empresa do amigo. Mas Zé insistia, pois não queria concorrentes. Aliás, esse detalhe nos negócios tornou-se um ponto de desgaste entre ambos.

Bené descobriu os pequenos prazeres da vida. Por conta de sua simpatia, andava e se adaptava a outros meios sociais com desenvoltura. Há rumores que, no fundo, Zé queria ser como Bené. Tarefa impossível até então.

Por conta de um amor, que Zé também não entendia o que era, Bené largou tudo. Para comemorar, fez uma festa de despedida. Ele iria morar com seu amor fora daquele perigoso ambiente dos negócios. Mas, como sabemos, a liderança pela simpatia sempre sofre com uma inimiga mortal: a INVEJA. Bené morreu com uma bala que era para Zé. Amigo até no último minuto.

As lideranças simpáticas são próprias de quem detém carisma. Mas a amplificação dessa liderança, em geral, vem de uma boa parceria com líderes sagazes. Depois da morte ou de algum acontecimento forte, estes líderes simpáticos tendem a se tornar inspirações.

Bené da Cidade de Deus na primeira parte do filme "Cidade de Deus" de 2002.
Os personagens de Zé Pequeno e Bené retratados no filme Cidade de Deus de 2002.

Mané Galinha: “Agora sim, nós tamo começando a brincar!”

O que você faria se fosse humilhado em uma festa, sua mulher violentada e sua família assassinada? Tudo bem, é muita desgraça ao mesmo tempo. Mas tudo isso feito pelo mesmo vilão, é ainda pior de aceitar.

Mané Galinha cresceu tranquilo na Cidade de Deus. Foi do exército e tornou-se um exímio atirador. Saiu da corporação e trabalhava como cobrador de ônibus. Até que, por força do destino, começou a ser importunado pelo maior empresário da região. O motivo: mulher.

Sexo e amor, juntos ou separados, são grandes motivadores ou destruidores de empreendimentos, independente de quais eles sejam. O mentor “Exú Sete Caldeiras” sabia disso. Avisou ao Zé Pequeno, que ignorou, “furunfando” com a noiva do Mané junto à guia no pescoço. Zé não seguiu o conselho dado na mentoria. O resultado foi o despertar de um líder poderoso, que em pouco tempo se tornou rival, motivado pelo ódio, fruto da destruição de seus amores.

A ascensão de Mané não foi sorte. Pelo contrário. Lembra do Cenoura, aquele funcionário de carreira do tráfico? Sua intuição de “caça-talentos”, famoso “headhunter“, fez a diferença, cooptando esse especialista que já havia trabalhado na máquina de defesa estatal, o chamado “exército”. Galinha entendeu rapidamente o modus operandi das coisas. Aos poucos, toda a sua motivação amorosa foi transformada numa guerra orientada aos negócios.

Veja que Mané Galinha tem uma liderança altiva, que pra mim, é uma das mais interessantes. É uma mistura de técnica, simpatia e senso de justiça. Dificilmente, Mané seria tão simpático quanto Bené. Mas o equilíbrio entre astúcia e carisma desse tipo de liderança talvez seja uma das mais buscadas hoje em dia. Nas primeiras cenas com uma arma em punho, Mané mostra sua competência, despertando admiração dos moradores, que viam nele um messias que lutaria contra as atividades predadoras de Zé Pequeno.

Um líder altivo tende a cair pelo desequilíbio. Manter-se numa condição simpática ou agressiva, é muito mais fácil do que distribuir benesses e castigos para quem os merece. Ser justo não é fácil. Mané Galinha, aos poucos, se perdeu nas suas próprias ações. Morreu nas mãos de um filho cujo pai foi morto por ele.

Zé, Bené e Mané: personagens e personalidades

Apesar de ficcionais, os três são exemplos de como as lideranças se movimentam para conseguir o que precisam para manter seus negócios: seguidores. O que se faz para consegui-los, cada um escolhe seus métodos de acordo com a sua personalidade. É claro que esses três tipos de lideranças citadas, de longe são alguma regra a ser seguida. Mas, e você? Já pensou onde se encaixa na vida? É líder? O que segue? Mais importante que saber como ser um líder é ter a noção de por quem se é liderado.